segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Questões para pensar sobre o Manifesto Antropofágico

Qual é a única lei do mundo?

O que quis ele dizer quando fala "O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo"?

Qual seria outras perguntas que voce faria que ajudaria a perceber a beleza do texto ou a mensagem que ele traz?




MANIFESTO ANTROPÓFAGO
 (reeditado, mas sem as notas)
Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos emdrama. Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande1.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil2.
Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraíba3. Maior que a revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.
Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaigne. O homem natural. Rosseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos.
Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.
Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.
Contra o Padre Vieira4. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera- lhe: ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Necessidade Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.
O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.
Só podemos atender ao mundo orecular.
Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.
Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vítima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.
Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.
O instinto Caraíba.
Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.
Contra as elites vegetais5. Em comunicação com o solo.
Nunca fomos catequizados. Fizemos foi o Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses6.
Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro. Catiti Catiti7
Imara Notiá
Notiá Imara
Ipeju8
A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.
Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chama-se Galli Mathias. Comi-o.
Só não há determinismo onde há o mistério. Mas que temos nós com isso?
Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra9. O mundo não datado. Não rubricado.
Sem Napoleão. Sem César.
A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.
Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.
Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu10: - É mentira muitas vezes repetida.
Mas não foram cruzados11 que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti12.
Se Deus é a consciência do universo Incriado, guaraci13 é a mãe dos viventes. Jaci13 é a mãe dos vegetais.
Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.
As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.
De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.
O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha14: Ignorância real das coisas + fala (sic.) de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.
É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.
O objetivo criado reage como os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?
Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.
Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria15, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.
A alegria é a prova dos nove16.
No matriarcado de Pindorama 17.
Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.
Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimamos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.
Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI                            .
A alegria é a prova dos nove.
A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura - ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo - a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.
Contra Anchieta19 cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema20, - o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.
A nossa independência ainda não foi proclamada. Frase típica de D. João VI: - Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça21! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte22.
Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud - a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado23 de Pindorama.

Oswald de Andrade Em Piratininga24 Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha25 (Revista de Antropofagia, Ano I, No. I, maio de 1928.)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A Leitura e seus componentes -

Na primeira parte, há várias citações de filmes muito bons, que falam também da importância da leitura. Alguém ajuda o blog pegando os links no youtube e posta nos comentarios? Por exemplo, o filme "O leitor", de Bernard Schlink; Outro, a vida de David Gilmour (2009); A vida, de Vilém Flussér (1999), e "Esperando por Kafka" (2002).

O que traz de bom o New London Group (1996), que não é mais abordado?

Ler este texto, traz alguns pontos importantes, que seria importante observar com mais detalhes, como:

1) Por que ler é um diálogo?

2) Por que ler não é buscar o que diz o autor?

3) Por que a leitura  de um mesmo texto não é a mesma em todo o lugar ou em todo o tempo?

4) A teoria da leitura pode ser dividida em 3 abordagens. Compare-as.

5) Ler é perguntar. No texto tem a fabula 2, que voce leu. Quais são as perguntas que voce faz ao ler esta fábula?


Primeira aula em ppt

Primeira e segunda aula com explicação da disciplina e links de filmes -

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Filmes muito bons que abordam a importância da leitura e da escrita

 Pessoal, a motivação em ler e em escrever depende também da nossa conciencia de sua importancia. Ver estes filmes vai ajudar e muito. Veja:

 1) O poder revolucionário da leitura: o filme “Fahrenheit 451”
 https://www.youtube.com/watch?v=y-5KUImubtY).

 2) O filme “Substituto”
( https://www.youtube.com/watch?v=PazIt256aNw), especialmente nesta parte do filme (https://www.youtube.com/watch?v=Q2v-WcOVAfg).

 3) Adicionalmente, Coração de Tinta, O Livro Mágico (Inkheart, 2008; . sinopse em: http://www.webartigos.com/artigos/039-039-coracao-de-tinta-o-livro-magico-039-039/35459/#ixzz3Qb2aBUN9; filme completo dublado em português: https://www.youtube.com/watch?v=vUBbAnwBBO0)

A importância da leitura

1. Aumenta a capacidade de observação da mente

 2. A leitura estimula a memória, expandindo a capacidade de nossa mente.

 3. A leitura é combustível inesgotável para a imaginação.

4. A leitura nos dá as palavras, instrumento para expressar nossos sentimentos.

5. A leitura nos aproxima da compreensão de mundo e da auto-compreensão.

6. Ao ler, nos deparamos com aquilo que pensamos: com nossas crenças.

7. É possível experimentar com a leitura, sem de fato experimentar fisicamente.

8. O ato de ler naturalmente leva a escrever e a escutar.

9. Ler eleva a auto-estima.

10. A leitura desconhece a solidão, nos permite estar sempre acompanhados.

11. A leitura constrói sonhos e nos empurra à realização.
A Importância do ato de ler*   Paulo Freire

Algumas perguntas sobre assuntos no texto, que abordam questões importantes que provavelmente vão ser abordadas em sala de aula:
1) Texto de Paulo Freire:
1.1) O que é o conceito de leitura do mundo de Paulo Freire?
1.2) O que é magicização da palavra?
1.3) O que Paulo Freire quiz dizer com a expressão: "uma leitura mais critica de uma leitura menos critica do mundo"?